quinta-feira, 7 de dezembro de 2017






Quinta feira, 30 de Novembro
Sinto-me zangada, frustrada, porque já deveria ter comprado o pinheiro. Cá por casa há anos que "montamos" o pinheiro no dia 1 de Dezembro. É tradição que eu implementei e que sigo todos os anos à risca. Este ano, sem pinheiro, sem vontade de me enfiar num supermercado no primeiro feriado de Dezembro e dececionada comigo mesma.


Sexta feira, 1 de Dezembro
Dia dedicado à ronha. A piolha não se preocupou por não ter pinheiro para enfeitar. E eu também não.
Um dia daqueles bons, muito bons, com mais amor, carinho e menos tarefas.

Sábado, 2 de Dezembro
Michael Bublé a tocar no Spotify a alto e bom som.
Dança, muita dança, sorrisos e cantorias. Bolachinhas no forno e adornos natalícios feitos por nós, com massa de modelar.

Domingo, 3 de Dezembro
Mais Michael Bublé, mais dança, gargalhadas e cantoria.
Mais bolachas no forno (as outras já desapareceram). Pinheiro escolhido, comprado e adornado.
Luzinhas brilhantes e um amor para a vida toda.


Falamos tantas vezes das pressões da vida, do dia a dia que nos maça e maltrata, mas raramente paramos para pensar no nosso papel no meio disto tudo.
A realidade é que somos nós que colocamos, na maioria das vezes, pressão sobre nós.
Queremos nada menos do que a perfeição, tal relógio sempre no ponto, mas somos seres humanos feitos de carne e osso, tantas vezes de ponteiros descoordenados  e outros em falta.
Todos os dias a vida me ensina que sou eu que toco a música, que sou eu que guio os meus pés, que sou eu que movo o corpo ao som da minha melodia. 
Hoje penso no quanto fui parva. Na estupidez de querer honrar uma tradição que fui eu que criei, que nem sequer existia na minha infância e que no fundo importa tão pouco quando nos movemos a favor da maré.
E é neste relativizar que as crianças são fantásticas e que nós adultos falhamos redondamente.
Todos os dias luto contra a ansiedade, uns dias saio vitoriosa e outros, derrotada, mas garanto-vos que o saldo é cada vez mais, positivo. 




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